29 agosto 2005

Noland, dádiva

a partir do ponto de observação

a partir do ponto de observação que o seu olhar abria, o plano definido pela janela intersectava, num ângulo de cerca de 110 graus, o plano definido pela linha que delimitava uma secção da asa, definindo ainda, por sua vez, janela e asa, dois lados de um triângulo, cujo terceiro lado era a linha do horizonte, delimitando a mancha escura que preenchia o plano da terra, realçado pelo rectângulo composto de faixas rectilíneas sobrepostas numa transição gradual do ocre para o vermelho para o laranja para o amarelo torrado para o amarelo para o amarelo claro, delimitados ainda, mais acima, pelo trapézio azulado do céu, numa gradação que ia do branco para o azul claro para o azul escuro, que o lado superior da janela voltava a intersectar, sustendo os planos, durante longos minutos, numa conjunção de forma e luz, refractadas pela química do cérebro.

27 agosto 2005

Oświęcim, 4

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om

Oświęcim II-Birkenau, 3

Oświęcim I, 2

Oświęcim I, 1

26 agosto 2005

Baskin, escaravelho

O regresso do filho do dia crItico

- Sabe?
- O queh?
- Isto nan-u tem sentido.
- Isto?
- Sim, este diahlogo.
- Porque diz isso?
- Estive a pensar.
- Esteve a pensar.
- Sim, estive a pensar.
- E entan-u?
- Soh se pode ir atE um certo ponto.
- AtE um certo ponto?
- Sim. Depois parte-se o elahstico.
- O elahstico?
- Sim. Estica demais.
- Concordo.
- Concorda?
- Porqueh? Acha estranho?
- Pois acho.
- Sabe, tambenm tenho pensado nisso.
- Nisso?
- No elahstico.
- Na resistenncia do material.
- No atrito da linguagem.
- No chan-u da realidade.
- Na superfIcie de contacto.
- Na teia de aranha.
- Na teia de aranha?
- Sim, na teia que prende a mosca.
- A mosca?
- A mosca que zumbe contra a janela.
- A borboleta que toca no jasmim.
- No jasmim?
- No jasmim que enche o ar de perfume.
- EflUvio evanescente.
- Sinal crItico do dia.
- Surpreende-me, Groucho.
- E o Sr. tambenm.

25 agosto 2005

O regresso do dia crItico

- Groucho, sabe uma coisa?
- Diga.
- Tem a certeza?
- Diga, diga...
- Tem mesmo a certeza de que posso dizer?
- Pode, homem, pode. Fale ah vontade...
- Viu? Viu o que se passou?
- Nan-u vi nada. O que foi?
- Repare bem nas suas palavras.
- Nas minhas palavras!?
- Sim, nas suas palavras.
- Porqueh?
- Estah a ver. E agora tambenm aconteceu com as minhas.
- Mas aconteceu o queh?
- Posso dizer?
- Caramba, mas tem medo de queh?
- Depois nan-u se admire com o que acontecer.
- Fale, fale, que estou a ficar impaciente.
- Lembre-se que foi voceh que insistiu comigo.
- Fale ah vontade...
- Entan-u cah vai: ficahmos outra vez sem diacrItico.
- Nan-u estou a perceber...
- Jah se esqueceu do dia crItico?!
- Ah! Esse. O senhor E que continua crIptico. Era soh isso o que tinha para me dizer?
- Era. Era isso. Nan-u estava ah espera da sua reassan-u.
- O que E que esperava?
- Sei lah. Uma certa irritassan-u.
- Uma certa irritassan-u? O que E que estah a querer dizer?
- Estah a ver? Estah a ver?
- Mas estou a ver o queh?
- Eu nan-u dizia?
- O queh?
- Que o senhor nan-u reage bem ao dia crItico.
- Ao dia crItico?
- Sim, ao dia crItico sem diacrItico.
- Nan-u seja crIptico. Diga o que tem a dizer.
- Jah disse.
- Entan-u, cale-se. Cale-se.

23 agosto 2005

Dürer, stultifera navis

Insanidade temporária

… Acho que não está ninguém agora. Deixa-me espreitar. Aquele sonho maldito. Qual sonho? Quem pergunta? Ah, sou eu. Não me digam que ainda estou metido naquele imbróglio? Naquela camisa de forças. Naquele post aziago. Chiu, deixa-me ouvir. Quem fala comigo? Quem? Quem está aí? Ah! Não era nada. Uma janela mal fechada. Sinto cãibras, só de pensar que Groucho pode aparecer a qualquer instante. Contraem-se-me os músculos das orelhas. O que é isto? Sabia que isto não ia dar certo. Estes apólogos de celofane. O que é estar cá para si? Que grito foi este? Sei lá o que é. Estar cá. Ser aí. Modos de falar, não é? Que importância tem? Quem fala comigo? Quem? Quem está aí? Ah! Não era nada. Uma janela mal fechada. Outra? Voltar cá ontem. Que sentido tem isso? E dizem que está tudo a arder lá fora. Etimologias do sânscrito. Não corram atrás de mim. Deixem-me, deixem-me, ratos de laboratório. Que ruído foi este? Vem aí alguém? Quem? Quem está aí? Ah! Não era nada. Uma janela mal fechada. Outra? Um plágio no céu com diamantes. Sinto cãibras, só de pensar. Acho que não está ninguém agora. Deixa-me espreitar…

22 agosto 2005

Estou a ver...

Ralenti

— Desenfreados.
— Desenfreados?
— Sim. Não me diga que não deu conta do que se passou ontem?
— Ontem não estive cá, Groucho.
— O que é estar cá para si?
— Já começa…
— Mas já começa o quê?
— A dificuldade de comunicação. Não seja sonso.
— O Sr. continua intratável.
— O que quer que diga a uma pergunta daquelas?
— Mas o que tem a pergunta?
— É uma pergunta absurda. Mais do que isso, é uma pergunta infundadora. Susceptível de lançar a confusão.
— Está a reagir como se eu quisesse confundi-lo. Mas isso resulta de lhe atribuir uma intenção que a pergunta manifestamente não tem. A sua hostilidade está sempre deslocada.
— Mas que hostilidade, Groucho?
— Eu não disse!? Oiça bem o tom dessa pergunta.
— O tom? Mas que tom, porra?
— Esse tom de T-shirt e chinelas.
— Não percebo.
— Pois, é o que eu lhe digo: não esteve cá ontem, como é que há-de perceber? A acção avançou muito, Sr. Portela, muitíssimo mesmo. Quase me fez lembrar o 12 de Julho.
— O 12 de Julho?
— Sim, quando os posts rolaram na relva uns atrás dos outros, em dribles felizes.
— Rolaram na relva em dribles felizes?
— Sim, o De Man havia de gostar desta. Tenho de apontá-la no caderninho para o próximo programa.
— Para o próximo programa? Desculpe-me, Groucho, e não me interprete mal, mas acho, sinceramente, que o Sr. não está a dizer coisa com coisa. Bateu com a cabeça em algum lado? Sente alguma dor no peito?
Sente alguma dor no peito!? Sente alguma dor no peito!? Fantástico, mais um caso de retórica versus gramática.
— Ah, mas isso já foi há muito tempo.
— Não foi nada há muito tempo. Pergunte ao Archie.
— Ao Archie? Quem é o Archie?
— O Archie do programa de televisão.
— Então, mas esse não era o Viegas?
— Começo a perder a paciência.
— E depois quem a encontra?
— Olhe, é a Sra. Clara Antunes ao terceiro episódio.
— Isto só pode ser um sonho.
— Não é sonho nenhum. Estamos aqui os dois a falar. Pode beliscar se quiser.
— Beliscar o quê?
— Beliscar o interlocutor. Beliscar o acto de fala, a literatura, o relvado, o que quiser.
— Há qualquer coisa que me escapa.
— Não foi o Sr. que disse que não esteve cá ontem?
— Estou a falar a sério, Groucho. Agora começo a perceber os comentários e alusões desconexas.
— Mas qual desconexas! Quem julga o Sr. que é? Quem lhe pediu diagnósticos?
— Só estava a tentar ajudar, Groucho.
— Venha cá ontem e depois fale comigo.
— Ouviu bem essa frase? E não pergunte qual frase?, que isso não é maneira de resolvermos o assunto.
— Qual assunto?
— Que lentidão, meu Deus. Bem se viu na cabra-cega que não há muito a esperar.
— Na cabra-cega!?
— Sim, Sr. Portela, o ponto de vista da cegueira da cabra.
— Não acredito. Quem me belisca? Quem me belisca? Quem me belisca? [sai a correr desenfreado]

16 agosto 2005

Rua

Judd Street, 4

e, ainda assim, seria na verdade impossível não fazer desta descrição uma partitura abstracta para outras ruas interpretarem. afinal é só uma espécie de estatística, o ponto médio que outra rua não se importaria de oferecer a essa obsessão descritiva. imaginando que o olhar e a memória não te atraiçoaram, e ainda que possa, por ventura, servir para indicar direcções e pontos de referência, percebes que esta topografia desmaterializa o espaço por onde caminhaste e nem o vínculo dos nomes aos lugares parece impedir qualquer outra orografia urbana de se acoitar debaixo desta descrição.

14 agosto 2005

Mapa

Judd Street, 3

tomas nota do número da porta. ou do nome do prédio. da cor do tijolo. da cor da porta. do número de janelas. do tipo de janelas. do número de andares. da posição relativa do prédio na fileira de casas. da disposição de cada um dos lados da rua. das entradas para as caves. da altura dos gradeamentos. preparas-te para escolher um ou dois ou três. passar gradualmente do plano geral para o grande plano. no início da rua, um ou dois edifícios públicos ou de escritórios. alternando depois, ao longo da rua, com prédios de habitação, e com dois ou três bares e cafés, uma pequena papelaria e livraria, um relvado com árvores e parque infantil, um mini-mercado de esquina, uma padaria e pastelaria. no início da rua, do lado esquerdo, o edifício castanho escuro da Câmara de Camden, depois um edifício branco-marfim de escritórios. mais adiante, à direita, outros dois edifícios da mesma cor, um em cada esquina. ou os bares, por exemplo. do lado direito, na esquina com Euston Road, o O’Neills, a frontaria decorada com painéis de madeira, o fundo azul com as letras douradas. mesas de madeira no passeio. mais adiante, do lado esquerdo, na esquina de Hastings Street, o Skinners, a frontaria decorada com painéis de madeira, o fundo verde com as letras douradas. mesas de madeira no passeio. ou os cafés, por exemplo. do lado esquerdo, o Bread & Butter, café de sanduíches e internet, com uma dúzia de terminais. mais adiante, do lado direito, uma pastelaria de que não chegas a fixar o nome, a frontaria de painéis pretos com letras douradas. ou as casas de habitação, por exemplo. uma fileira de cinco ou seis casas de primeiro e segundo andar, talvez as mais antigas da rua, portas azuis, tijolo castanho escuro, janelas de guilhotina e caixilhos brancos de madeira. já quase na parte final da rua, do lado direito, um prédio de cinco andares, revestido de um tijolo bege acastanhado, escurecido pela sujidade, caixilhos brancos de metal em janelas amplas, que se repetem, talvez umas sete ou oito em cada piso, e que parecem corresponder a quartos de dormir para arrendar. três ou quatro portas antes, o mini-mercado da esquina anterior, por exemplo. wine & food em letras amarelas sobre fundo verde no painel que identifica a loja, corredores estreitos, prateleiras cheias demais, caixas de fruta e legumes à entrada, e os expositores de jornais, também cá fora, do lado direito da porta. no andar por cima da pastelaria duas floreiras, suspensas das janelas, luminosas manchas de azul, lilás e rosa contra a fuligem acastanhada da parede. em tudo isto, sabes que a distribuição relativa das cores (castanho escuro, ocre, castanho claro, bege, branco, cinzento, preto, e o verde da relva e das árvores), das texturas (tijolo, madeira, vidro, ferro, betão) e das formas que constituem a rua replicam outros fragmentos da cidade. imaginando que o olhar e a memória não te atraiçoaram, e ainda que possa, por ventura, servir para indicar direcções e pontos de referência, percebes que esta topografia desmaterializa o espaço por onde caminhaste e nem o vínculo dos nomes aos lugares parece impedir qualquer outra orografia urbana de se acoitar debaixo desta descrição.

12 agosto 2005

Gonçalves, vida subterrânea

Judd Street, 2

caminha agora comigo ao longo da rua no sentido Sul-Norte. são menos de duzentos metros até ao cruzamento. repara que te moves no fluxo que pensas que descreves. vais atento ao movimento matinal. queres sorver esse rebuliço saindo da tua caixa craniana. podes parar e fazer de conta que as pessoas passam por ti. podes então tentar de novo a partir desse ponto. vinte e duas em menos de um minuto, só neste lado da rua. muitas devem vir da estação. vão entrar às nove e meia. um homem alto, cabelos claros, curtos, de fato cinza escuro, camisa branca, gravata, pasta na mão, a passadas largas. o rosto num relance apenas. quase todos seguem a passadas largas. mas talvez seja o efeito de estares parado. imaginas-te então a ver para trás e para a frente. a mudar os pontos de observação, a rodar a cabeça. a passar do lado esquerdo para o lado direito da rua. a parar em vários pontos dessa passagem e a fixar o olhar naqueles que aleatoriamente passam no teu campo de visão. chinelas, as unhas cor de vinho, saia castanha de algodão indiano, blusa vermelha, cabelos negros, um rosto que não consegues recordar de uma mulher que já só podes descrever de costas. a menos que faças uma figura compósita, juntando fragmentos que conseguiste observar e ordenando-os segundo uma hierarquia, cuja pré-definição te escapa, mas de cuja lógica desconfias. acho que é assim que funciona. ou a menos que sigas alguém ao acaso e lhe digas que estás a fazer uma descrição e que precisas de encontrar as palavras justas e que para isso precisas de observar bem. talvez tenhas de acompanhar esse transeunte até ao emprego. correr diante dele. ao lado dele. vê-lo bem. talvez nem vá para o emprego. tropeçaste na berma do passeio nesse afã. e dás-te conta de que deixaste entretanto a rua para trás. e perdeste o teu ponto de apoio, a lógica do que tentavas fazer. talvez haja outra possibilidade. um narrador cctv. veres tudo lá de cima, da janela do terceiro andar. definires bem os planos. as trajectórias dos transeuntes em cada lado da rua. os que vão no passeio de cada um dos lados. os que de repente decidem atravessar. os que vão mais depressa e ultrapassam os outros. os que vão em sentidos opostos e se cruzam. os que querem passar à frente e tocam em alguém e pedem desculpa. mas não te consegues fixar em quase nada. os carros distraem-te. os rostos não se chegam a definir verdadeiramente. o mundo fica demasiado oblíquo. e o que tu querias não era o conjunto mas o esboço, digamos, de cada pessoa que se cruza contigo durante os três minutos que levas a chegar ao cruzamento. deste lado da rua, ou daquele. a rapariga que abre o café a esta hora. o senhor que lê o jornal junto ao gradeamento. a mãe que empurra o carrinho dos gémeos. as duas crianças na relva do jardim. homens e mulheres de meia idade, muitos homens e mulheres jovens, alguns turistas, poucas crianças, poucos velhos. caucasianos, asiáticos, negros. afinal é só uma espécie de estatística, o ponto médio que outra rua não se importaria de oferecer a essa obsessão descritiva.

11 agosto 2005

Burton, rapariga voodoo

Judd Street, 1

o trânsito corre em dois sentidos em toda a extensão da rua, a partir do cruzamento com Euston Road. percorrida a partir desse ponto, cruza-se primeiro com Bidborough Street e Hastings Street. depois há ainda mais quatro ruas que entroncam nela. por esta ordem: Cromer Street, à esquerda, Leigh Street, à direita, Regent Place, à esquerda, e Tavistock Place, à direita. percorridos aqueles cerca de duzentos e cinquenta metros, Judd Street desemboca em Hunter Street. para o ouvido humano, entre as nove e as dez da manhã, o tráfego sonoro é quase inteiramente dominado pelos sons dos motores dos veículos. motociclos, carrinhas, carros, camiões. deste ponto de audição da rua, distingue-se bem o ruído dos motores a engatar as mudanças, geralmente de primeira para segunda ou de segunda para terceira. às vezes, há carrinhas ou camiões que param para fazer entregas, sem desligar o motor. outras vezes, abrandam e chiam, à espera que abram os sinais no cruzamento com Tavistock Place. escutando bem, percebe-se até a diferença nos sons gerados pelo contacto dos pneus com o asfalto e o atrito dos veículos com o ar. de vez em quando, uma buzinadela, um alarme que dispara, uma sirene de um carro da polícia ou de uma ambulância. entrecortando todos estes sons, ouvem-se ainda o martelar das obras num prédio de uma rua vizinha e, mais ao longe, a trepidação dos compressores e escavadoras que esventram a estrada. quando o vento sopra mais forte, restolham as folhas nas árvores mais próximas. uma notação capaz de registar a prosódia desta música concreta teria ainda de indicar variações aleatórias na sequência e na altura relativa de cada um destes sons, e na sua harmonização. teria de permitir transições graduais ou bruscas entre os altos decibéis da massa sonora compacta e o mezzo forte ou pianissimo de um rumor quase silencioso, num compasso marcado ora pelo solo ritmado do martelo no metal ou na madeira, ora por uma porta de uma carrinha que bate ao fechar, ora por um vocativo que sobe no ar. teria de fazer variar a intensidade, o timbre e a altura dos sons ao longo dos minutos. ajustar as notas à humidade relativa do ar, à inclinação do pavimento, ao fluxo do trânsito, à natureza dos motores. e, ainda assim, seria na verdade impossível não fazer desta descrição uma partitura abstracta para outras ruas interpretarem.

10 agosto 2005

Isto e aquilo

- O que foi aquilo? Um diacrítico?
- Aquilo o quê?
- Aquilo. Ali mais abaixo.
- Isto?
- Não. Isto.
- Porque é que pergunta?
- A verdade é que não sei. Tinha-me passado despercebido até agora.
- Afinal esses seus monólogos exteriores estão muito virados para dentro.
- O que é que isso quer dizer?
- Nada, Groucho. Nada.
- Aliás, agora que penso nisso, o Sr. voltou tão cedo porquê? Acabou-se-lhe o cacau?
- Vou fazer de conta que não ouvi.
- Agora que já me estava a habituar a este sossego. Ou antes: degredo, degredo… E nem é segredo, este degredo…
- Não o entendo.
- Pois não. E a si, quem o entende?
- Bom, mas está a desviar a conversa.
- Chama a isto uma conversa?
- Chame-lhe o que quiser. Mas a minha pergunta era: o que foi aquilo?
- Aquilo o quê?
- Aquilo. Ali mais abaixo.
- Isto?
- Não. Isto.
- Porque é que pergunta?
- A verdade é que não sei. Tinha-me passado despercebido até agora.
- Afinal esses seus monólogos exteriores estão muito virados para dentro.
- O que é que isso quer dizer?
- Nada, Groucho. Nada.
- Aliás, agora que penso nisso, o Sr. voltou tão cedo porquê? Acabou-se-lhe o cacau?
- Vou fazer de conta que não ouvi.
- Agora que já me estava a habituar a este sossego. Ou antes: degredo, degredo… E nem é segredo, este degredo…
- Não o entendo.
- Pois não. E a si, quem o entende?
- Bom, mas está a desviar a conversa.
- Chama a isto uma conversa?
- Chame-lhe o que quiser. Mas a minha pergunta era: o que foi aquilo?
- Aquilo o quê?
- Aquilo. Ali mais abaixo.
- Isto?
- Não. Isto.
- Porque é que pergunta?
- A verdade é que não sei. Tinha-me passado despercebido até agora.
- Afinal esses seus monólogos exteriores estão muito virados para dentro.
- O que é que isso quer dizer?
- Nada, Groucho. Nada.
- Aliás, agora que penso nisso, o Sr. voltou tão cedo porquê? Acabou-se-lhe o cacau?
- Vou fazer de conta que não ouvi.
- Agora que já me estava a habituar a este sossego. Ou antes: degredo, degredo… E nem é segredo, este degredo…
- Não o entendo.
- Pois não. E a si, quem o entende?
- Bom, mas está a desviar a conversa.
- Chama a isto uma conversa?
- Chame-lhe o que quiser. Mas a minha pergunta era: o que foi aquilo?

08 agosto 2005

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Richter, vermelho, azul, amarelo