23 agosto 2005

Insanidade temporária

… Acho que não está ninguém agora. Deixa-me espreitar. Aquele sonho maldito. Qual sonho? Quem pergunta? Ah, sou eu. Não me digam que ainda estou metido naquele imbróglio? Naquela camisa de forças. Naquele post aziago. Chiu, deixa-me ouvir. Quem fala comigo? Quem? Quem está aí? Ah! Não era nada. Uma janela mal fechada. Sinto cãibras, só de pensar que Groucho pode aparecer a qualquer instante. Contraem-se-me os músculos das orelhas. O que é isto? Sabia que isto não ia dar certo. Estes apólogos de celofane. O que é estar cá para si? Que grito foi este? Sei lá o que é. Estar cá. Ser aí. Modos de falar, não é? Que importância tem? Quem fala comigo? Quem? Quem está aí? Ah! Não era nada. Uma janela mal fechada. Outra? Voltar cá ontem. Que sentido tem isso? E dizem que está tudo a arder lá fora. Etimologias do sânscrito. Não corram atrás de mim. Deixem-me, deixem-me, ratos de laboratório. Que ruído foi este? Vem aí alguém? Quem? Quem está aí? Ah! Não era nada. Uma janela mal fechada. Outra? Um plágio no céu com diamantes. Sinto cãibras, só de pensar. Acho que não está ninguém agora. Deixa-me espreitar…