08 março 2006

Fogo-de-artifício 7

(pensativo) (apresentando-se) – Pensativo. Tenho estado a ouvir. Abel Barros Baptista? O das epanáforas?
ABB (solícito) – Precisamente! O próprio, ao seu dispor.
(pensativo) – Estes diálogos são curiosos. É pena os parêntesis.
ABB (intrigado) – Os parêntesis?
(intrigado) – Sim. Não nos deixam ouvir bem. Intrigado, muito prazer.
ABB (cortês) – O prazer é meu.
PS (ligeira vénia) - E meu.
(ligeira vénia) – Já agora. Deixe-me apertar-lhe a mão.
OMS (indignado) – Aperte-lha! Aperte-lha, a ver se pára.
PS (fazendo conversa) – E diga-me, de onde vem o seu apelido?
(ligeira vénia) – Nem sei bem, já está na família há várias gerações. Sei que o meu tetravô já era vénia.
(intrigado) – A linhagem é até muito conhecida.
(pensativo) – Nunca me falou disso.
FMO (sempre oportuno) – De quem é que estão a falar?
LQ (baloiça, suspenso do candelabro) – Tá-se bem!
LM (fazendo avançar a acção) – Há que pôr um ponto final nisto.
GR (enfadado) – Lá por isso. Põe-se um ponto final.
CA (aliviada) – Finalmente, vou poder descansar.
(aliviada) – E eu também!
PS (conformado) – Custou, mas foi.
ABB (saudoso) – Os caderninhos é que foi pena!
FMO (interrogativo) – Mas que é dele, que não aparece?
OMS (desdenhoso) – Se calhar, queriam mais chá?