06 setembro 2005

Ordem de trabalhos: as regras, 2 (allegro vivace, con gusto)



















GR – Caramba, que o homem está à espera de falar! Se houver sete falas entre cada réplica, perde-se o fio à meada!
OMS – Se o Sr. Rubim também já se põe com metalepses, então é que isto perde a última réstia de coerência. Não acha, Sr Portela?
MP – Isso é uma imputação infame. O que é que eu tenho a ver com o Sr. Rubim? Ele é que sabe da sua vida.
GR – Os senhores só estão a agravar o caso! Já lá vão dez e ainda agora começámos. O Sr. Serra até se esquece que existe.
LQ – E quem é que não se esquece nos tempos que correm? A vida não está para existencializar.
FMO – Essencializar?…
OMS – O Sr., de cada vez que abre a boca, só piora a situação.
CA – Se é assim, também digo mais qualquer coisa. Por que hei-de calar-me? Só para dar a vez?
FMO – Atenção! O Sr Serra está à espera de falar!
ABB – E eu? Hein? E eu?
GR – E já lá vão duas vezes sete!
MP – Então não é setenta vezes sete?
OMS – Diálogos bíblicos não, por favor!
PS – Uff! Finalmente a minha deixa. Estava a ver que já não bibliologava.
CA – Eu bem o avisei. Disse-lhe: comece a conversa só com dois ou três e depois arranje maneira de eles darem a conhecer aos outros o que se passou. Mas ele não me quis dar ouvidos.
ABB – Pois foi, disse que estava a ouvir umas vozes. E devia ser verdade, que eu também ouvi.
GR – E que era preciso apressarmo-nos.
FMO – Que o pano ia subir.
LQ – Que eu tinha que descer, que já era tarde!
OMS – E agora estamos aqui, sem pano, à boca de cena… tudo por darem ouvidos a esse cretino!
MP – A quem?