10 julho 2005

sobre as operações de Juca Gaspar

sobre as operações de Juca Gaspar, Braúlio Boavida deixou aos restantes membros do conselho de administração os trabalhos de rescaldo. exibindo segurança e abundante documentação, que preparara em dossiês para distribuir aos membros da comissão de inquérito, ainda reservou um ar de desprezo para o segundo accionista e ex-presidente do banco, que tinha tentado comprometê-lo na operação. o engenheiro Alberto Bracinha foi nomeado uma vez, num momento de irritação, depois de ter sido tratado durante duas horas como o «protagonista do ataque» — estaria interessado, segundo Boavida, «em realizar mais-valias na oferta pública de aquisição, talvez por não dispor de capitais para o controlar». acerca de Juca Gaspar disse ter falta de «credibilidade» e de a tentar suprir «criando cenários fantasmagóricos». «as suas opiniões», acrescentou, «relevam das de um homem perturbado, que tudo fez para ocultar da direcção do banco a extensão das operações no mercado de derivados e futuros, mesmo depois de confrontado com o historial das suas ordens de compra e venda». Boavida respondeu a todas as perguntas. apenas alguma impaciência deixava transparecer que já trazia a declaração de demissão assinada.