18 dezembro 2005

diálogo offshore, 3
















- Os micro-estados e as pequenas economias insulares constituem o meio ideal para o mundo semi-secreto das finanças offshore, uma vez que usam a sua autonomia para produzir legislação que minimiza os impostos e a actividade de regulação.
- E assim se ligam os mercados financeiros globais e o mundo dos movimentos furtivos de dinheiro. Na próxima aula, leiam…
- Vejo que começa a apanhar o vocabulário, Groucho. O diálogo tem essa vantagem: estimula a osmose.
- Até lhe digo mais: a ajuda aos países pobres não será eficaz se o problema da fuga de capitais e da evasão fiscal não forem atacados. Raymond Baker estima em cerca de 500 mil milhões de dólares o dinheiro sujo que flui dos países pobres para contas offshore dos bancos ocidentais, dos quais apenas 10 por cento seria dinheiro corrupto.
- Você surpreende-me, Groucho. Seis meses de mal-entendidos e agora tira-me as palavras da boca!
- Bom, não vou discutir isso. Por uma vez, resisto a essa sabotagem. Oiça: uma parte daquele dinheiro é reinvestido no país de origem sob a forma de investimento estrangeiro directo, muitas vezes com isenções fiscais e subsídios. Mas a maior parte do dinheiro que sai destina-se aos mercados financeiros e de propriedade das economias ocidentais. E agora chega!
- Chega?
- Sim, continue você a ler o guião!