22 novembro 2005

dali não se via quase nada

dali não se via quase nada. estava escuro. apenas alguns raios de luz traçavam o contorno rectangular da porta. os objectos que enchiam o laboratório mal se podiam adivinhar. rodando a cabeça para a esquerda, conseguia seguir a aresta da bancada. um risco cinzento prolongava-se até se intersectar com a linha definida pela ponta dos pés. rodando a cabeça para o lado direito, e para trás, começava a localizar o lugar da janela na parede. estavam fechadas as portadas, mas a caixa negra em que dera por si ia agora ganhando sombras diferenciadas. as células dos olhos funcionavam perfeitamente, um pensamento suficientemente persistente para ficar registado na estação de trabalho.