09 outubro 2005

O despertar do Casmurro, 8

- Tive um sono!
- Um sonho?
- Sim, isso, um sono.
- Um sonho, portanto.
- Sim, um sono onírico.
- Ah, pois! Um sonho!
- Um sono onírico maravilhoso.
- Ah, sim? E que sono foi esse?
- Sonei que tinha tido um sono.
- Quer dizer, sonhou.
- Sim, sonei.
- E que sonho foi esse?
- Não foi um sonho.
- Ah não?
- Não, já lhe disse. Foi um sono. Tive um sono!
- Um sonho?
- Sim, isso, um sono.
- Um sonho, portanto.
- Sim, um sono onírico.
- Ah, pois! Um sonho!
- Um sono onírico maravilhoso.
- Ah, sim? E que sono foi esse?
- Sonei que tinha tido um sono.
- Quer dizer, sonhou.
- Sim, sonei.
- E que sonho foi esse?
- Não foi um sonho.
- Ah não?
- Não, já lhe disse. Foi um sono. Tive um sono!
- Um sonho?
- Sim, isso, um sono.
- Um sonho, portanto.
- Sim, um sono onírico.
- Ah, pois! Um sonho!
- Um sono onírico maravilhoso.
- Ah, sim? E que sono foi esse?
- Sonei que tinha tido um sono.
- Quer dizer, sonhou.
- Sim, sonei.
- E que sonho foi esse?
- Não foi um sonho.
- Ah não?
- Não, já lhe disse. Foi um playback.
- Um playback?
- Sim, um déjà lu.
- Um déjà vu?
- Sim, isso, um déjà lu.
- Um déjà vu, portanto.
- Sim, um déjà lu onírico.
- Ah, pois! Um déjà vu!
- Um déjà lu onírico maravilhoso.
- Olhe, durma mas é.