24 setembro 2005

O prometido é devido, 8



(espantada) – Estava a ver que já não o via mais. Então, falou com o Professor Djabi?
MP – O quê? Não estou a ouvir nada com este barulho…
(entra, e senta-se) – Viu o Sr. Rubim, Sr. Portela?
MP – Não, não o vi. Estava aí sentado ao princípio mas já não sei dele. Porque pergunta?
(entra, e senta-se) – Deixe lá. É um assunto nosso.
ABB – Afinal já se sabe o que disse o Professor Djabi?
(de pé, no meio da sala, olha em redor) – Eu estava lá, fui com ele.
(espantada) – Eu também fui.
(de pé, no meio da sala, olha em redor) – Foi?
(espantada) – Fui. Isto é, fui consigo.
(de pé, no meio da sala, olha em redor) – Desculpe, mas não entrou no consultório.
(espantada) – Não entrei? Não entrei? Pois não entrei. Já me lembro!
(ríspida) – Essas suas confusões...
ABB – Quem é?
(aparte, falando consigo mesmo) – Olhe, apareceu aí há pouco tempo. Quer que eu a apresente?
ABB – Podia ser que ela soubesse alguma coisa.
LQ – Olha, quem ele é! Sr. Baptista, há qualquer coisa que não bate bem. Eu até tenho vontade de dizer as minhas falas. Inacreditável!
PS – Isso veio do Kraus, ou quê? De manhã não lhe saem dessas. É drum & bass a mais com certeza…
(entra, e senta-se discretamente) – Drama e beiço!
PS – Vou fazer de conta que não ouvi. Afinal o que disse o Professor Djabi?
(fica à porta, do lado direito, lança um olhar ao grupo todo) – A mim não me disse nada.
OMS – Que pandemónio!
(surpreendida) – Entregue-se, entregue-se: se não pode vencê-los, junte-se a eles. Conhece essa mínima?
OMS – Diz bem: essa mínima.
(surpreendida) – Veja só o Sr. Oliveira, entregue às evidências. Eu não me importo, embora já tenha saído com ela.
FMO – ’bora lá, didas.
(entra, com ar apressado) – ’bora aí, nagem. Este ritmo é irresistível.
(surpreendida) – ’Tá ver?! Belo par! E o Sr. dança?
OMS – Nem vejo como é que hei-de fazer outra coisa. Afinal de contas, o que é que disse o Professor Djabi?
(tímida) (metendo-se na conversa) – Eu não sei… mas circula por aí qualquer coisa… de ouvido em ouvido... de boca em boca...
(metendo-se na conversa) – Pois circula, e já não é segredo nenhum… quase todas as manas estão ao corrente.
OMS – Manas?
(metendo-se na conversa) – Sim, sisters of the scene. As manas da cena.
MP – Desculpe-me, mas a senhora não tinha que se meter na conversa. Aliás, quem a deixou entrar? Isto era só para o pessoal da empresa.
(metendo-se na conversa) – Já cá não está quem falou!
CA – Isso é o que ela diz. Anda por aí a fatiar as conversas e depois diz que não é nada com ela.
(entra, e senta-se discretamente) – Olhe, eu não me importava que falasse comigo.
CA – O importante era saber o que disse o mestre Djabi.
LQ – Quem é o mestre Djabi?
GR – Deve ter tomado alguma coisa, este extasiado…
(fica à porta, do lado direito, lança um olhar ao grupo todo) – Já sei o que disse o professor Djabi.
ABB – Juntem-se, juntem-se, que a didas' do Sr. Quintais traz novidades.
(fica à porta, do lado direito, lança um olhar ao grupo todo) – Está nos lavabos. Numa das portas.
LQ – Eu até tenho vontade de dizer as minhas falas. Inacreditável!
OMS – Que outra vontade poderia ter?
(entra, vindo da esquerda) – Ir aos lavabos, por exemplo!
PS – Eu fui lá e não vi nada.
(sobranceira) – Sempre desconfiei das suas leituras…
(fica à porta, do lado direito, lança um olhar ao grupo todo) – Garanto que se lia e bem.
CA – Acabe com o suspense, caramba!
(fica à porta, do lado direito, lança um olhar ao grupo todo) – Bom, na verdade era só uma palavra.
MP – Só uma palavra?
(fica à porta, do lado direito, lança um olhar ao grupo todo) – Dançai.