08 março 2006

Últimas palavras, 3

— E fui eu o último com quem ele falou.
— Foram para si as últimas palavras?
— É verdade. Muito inesperado.
Que privilégio!
Obrigado. Falou pouco, foi muito breve, brevíssimo.
— Conte, conte.
Quase em surdina, disse-me apenas isto: «Foi de si que eu mais gostei. Deixo-lhe o mais importante…deixo-lhe o meu último superlativo. Guarde-o bem.» E expirou, quase imperceptivelmente.
— Guarde…? Mas guarde o quê?
Você ouviu. O último superlativo. A herança, portanto.