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Viana do Castelo, 08 Mar (Lusa) – Continua a suscitar espanto e a alimentar rumores o terrível crime verificado ontem, num 3º andar do bairro operário desta cidade. De acordo com João Reboredo, habitante do 2º andar, pelas 23.30 ouviu-se uma série de estrondos no andar de cima - «Pareciam tiros, tal como nos filmes!», confessou-nos – seguidos de sons de corpos a correr e a cair pelas escadas abaixo.
Após algum tempo gasto a interrogar-se sobre a natureza da extravagante ocorrência, e a espreitar timoratamente pelo óculo da porta, o Sr. Reboredo ganhou coragem para sair para o patamar e, percebendo que a porta da casa do 3º andar estava aberta, decidiu-se a subir. O que viu, e cedemos-lhe a palavra, «Nunca mais o poderei esquecer, cem anos que viva!». Três homens pelo chão, mortos, sangue por todo o lado, e mesmo pelas escadas abaixo, até à rua.
Chamadas as autoridades, estas confirmaram o óbito de três homens com idades compreendidas entre os 30 e os 40 anos, robustos e com aparência estrangeira, tendo um deles perecido com três tiros na cabeça, todos num raio de três centímetros, outro «cirurgicamente» degolado e, enfim, o terceiro, com um punhal, fino e longo, afundado no olho esquerdo, até meio do cérebro. Segundo o comissário Jesualdo, da PSP local, nunca um crime desta dimensão tivera lugar na pacata e simpática capital do Alto Minho.
A PJ, chamada ao local, proibiu de imediato o acesso à cena do crime. Segundo fontes geralmente bem informadas, tudo indica que, além dos três mortos, tenham intervindo no macabro evento mais dois indivíduos, que se terão perseguido a tiro pelas escadas abaixo, já que as paredes ostentam sinais de balas.
Estranhamente, ou talvez não, o actual residente do apartamento em causa encontrava-se de passagem, tendo aparecido no prédio, ainda de acordo com João Reboredo, há não mais de duas semanas. «Esquivo mas cortês e muito bem falante», assim o definiu o vizinho do andar de baixo.
OMS
Lusa/Fim
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