Das dificuldades do diálogo interclassista (I)
- Está? Está?
- [Chhh… Grrrrr…Bzzzz]
- Está? Groucho? Está? Mas que porra!
- [Brrr…. Zuuuuu… Dzzz…]
- Está?! Não se consegue mesmo falar com este macaco! Mas para onde é que você se mudou, seu anacoluto paradigmático?!
- [Uusss… Eussss… Deussszzz…]
- O quê? Chegue-se mais ao pé do telefone, caraças!
- [Dussss… Dassseee…. Deussss…]
- Mas este fdp está-me a insultar?
- [Mmmmm…. Livvvvvrrr…]
- Me livre? Me livre de quê?
- [Dzzzz… Dessss… Deusss…]
- Desde? Deus? Será Deus? Mas a que propósito? Outra vez os cartoons? Não há pachorra. Groucho.
- [Deuchhh… mmmm… livrrrr…]
- …??? Deus… me… livre…? Deus me livre? Mas de quê? De escrever sobre os cartoons?
- [Dddd… teeerrrr… mmmm… blogggg…]
- De… ter… mmmm? Um? Um blogue? Deus me livre de ter um blogue?! Olha a novidade! Deus me livre a mim também! Só o ter de aturar a fauna anónima que anda por aí a opinar em regime de psicanálise selvagem… E gente sem nenhum sentido de humor. E preconceituosa como o raio… Mas olhe lá: por onde é que você anda? O meu chá de ruibarbo, homem! As anedotas que tinha para lhe contar… Veja se arranja um telefone mais audível. Ou mude-se para o mail!
- [Okeeeiiiiiiiiiiiiii…]
- Oiça lá: a Clara está aí consigo? Ouvi dizer que você a tinha raptado. O Sr. Rubim anda inconsolável.
- [Chhhhiiiimmm… Chhiimmm… Chhheemmm Rubiimmm…]
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