26 janeiro 2006

«Dicionário de Soundbytes», por Groucho















Judeus: 1. Há por cá muito poucos, pois D. Manuel, esse pioneiro, tratou do assunto há alguns séculos. 2. De tão avarento, Salazar parecia sê-lo (à imagem dos de Dickens). Por outro lado, só sabia amealhar e nada de reproduzir, pelo que lhe faltava o essencial para o ser. 3. Como nós e os cabo-verdianos, são um povo da diáspora. Ao contrário de nós e dos cabo-verdianos, contudo, sabem fazer dinheiro. 4. Há-os de muitos tipos, dos seculares aos fundamentalistas, dos sionistas aos que são contra a existência do Estado de Israel, dos sefarditas aos ashkenazys e aos da Etiópia. Resumindo, uma tremenda confusão em que nem eles se entendem. 5. Têm uma comida quase tão esquisita e cheia de interditos como a dos árabes. Mas não têm nada a ver com eles. 6. Nos primórdios da fundação do Estado viviam em kibbutzim, que eram uma espécie de mistura de amor livre, renúncia à propriedade privada e Big Brother (o orwelliano...). Hoje, pode-se fazer turismo ficando num kibbutz. 7. Gostam de ser governados por falcões transformados em pombas. Vide Itzhak Rabin ou, mais recentemente, Ariel Sharon. 8. Estão a tentar fazer a sua descolonização mas falta-lhes um Melo Antunes (Sharon, que parecia uma espécie de Spínola, condenado a ser ultrapassado pelos acontecimentos, decidiu cavalgá-los, mas a falta de exercício físico saiu-lhe cara). 9. O trolha desgravatado que é Presidente do Irão quer varrê-los do mapa. Parece ser apenas basófia de um pobre diabo da «rua árabe» (que não ficava mal no Sobral Cid, diga-se) mas nunca se sabe. 10. Saddam Hussein também quis varrê-los, quando tinha SCUD’s, mas faltou-lhe a pontaria, como Nuno Rogeiro tão memoravelmente explicou. 11. Osama Bin Laden, e mais umas centenas de milhões de muçulmanos, também querem. Amanhã, porém, não será a véspera desse dia, apesar das dezenas de virgens prometidas aos jovens que decidirem suicidar-se com uma bomba desde que haja judeus por perto. 12. Deus, os EUA e a superioridade do Estado de Direito sobre as tiranias árabes (é verdade que há a Mossad e as suas práticas, mas isso é um detalhe) não o permitirão.