10 outubro 2005

Lâmpadas

— E então, Groucho, mudou muitas lâmpadas ontem?
— Lâmpadas?! Havia lâmpadas fundidas? Não dei por nada…
— Não, homem, referia-me à sua anedota anarquista… votou com os que perderam? com os que mudaram? votou com os que ganharam? votou no Isaltino?
(Riem-se ambos com gosto.)
— Falando em lâmpadas, boa luminária, esse Isaltino… homem sábio está ali, sabia que o povo de Oeiras o aclamaria.
— Falando em luminárias, que me diz ao filósofo de Lisboa?
(Riem-se ambos com gosto.)
— Fora de brincadeiras, senhor, esclareço que não voto. Nunca.
— Nunca? Nem em branco?
— Qual branco! Fique sabendo que, entre as minhas convicções estabilizadas, está… hummmm… o anarquismo.
— Um vegano anarquista….
— Talvez prefira anarquista vegano.
— Como lhe aprouver. Sabe que nada disso me admira?
— Nem devia admirar, porque lho esclareci há tempos: todo o homem, qualquer homem, pode ser um ponto de resistência.

(Riem-se ambos com gosto.)