«Dicionário de Soundbytes», por Groucho
Holocausto: 1. Metáfora um nadinha incendiária para referir o genocídio dos judeus pelos nazis. 2. Na realidade, começou séculos antes, com a expulsão de judeus de Portugal e várias partes da Europa ou com a instituição dessa prática regular, no Leste europeu, de nome pogrom, que consistia em caçar, matar e roubar judeus, abusar das mulheres, etc. 3. Os nazis, mais sóbrios, chamaram-lhe Solução Final e, com a ajuda da Krupp, da Siemens, da Mercedes, da I.G.Farben, etc., montaram uma máquina bastante eficiente e discreta para aplicar a dita Solução. 4. A responsabilidade foi por isso do anti-humanismo da Máquina, e da Razão Instrumental herdada do Iluminismo, e não dos indivíduos concretos que carregaram, um tanto contrafeitos, nos botões mas que o fizeram como quem desempenha um papel atribuído pelo Anjo da História. 5. Há muitos testemunhos dele, mas as provas são escassas. É verdade que há Auschwitz e uns fornos, mas como evidência empírica não é grande coisa. 6. Há quem ache que é um evento único na História da Humanidade (pode dizer-se antes «um unicum», para ser mais definitivo) e há quem ache que, ao defendê-lo, se esquece o genocídio dos indígenas da América do Norte e do Sul, dos congoleses exterminados por Leopoldo II, etc. 8. A falta de evidência empírica, a abundância de testemunhos e o impensável do horror fazem com que muitos achem que o holocausto é «irrepresentável». De modo a demonstrá-lo, Claude Lanzmann fez um longo documentário só com conversa (Shoah), sem mostrar nada, mas descrevendo verbalmente, com uma minúcia obsessiva, tudo o que tinha acontecido. Outros, como Pontecorvo ou Spielberg, atreveram-se a «representá-lo» por imagens e tiveram de ouvir das boas. 9. Os judeus, especialmente os sionistas, criaram em seu torno uma indústria bastante rentável, feita de testemunhos, memoriais, museus, com propósitos identitários, magnificadores e ainda inibidores em relação a qualquer crítica à sua actuação na Palestina. 10. Por sua causa, e da obsessão de Hitler e dos nazis por Wagner, a música deste não se pode ouvir em Israel, o que os partidários de Verdi não lamentam excessivamente.
<< Home