RANKING DA GENTLEMANSHIP LUSA (dedicado a João Carlos Espada, com um fraternal e vigoroso Shake Hands, pelo One and only Gentleman’s Clube Casmurro)
POLÍTICO GENTLEMAN: Sócrates podia chegar lá, por causa dos fatos, não fora aquele lado de «animal feroz»; Paulo Portas tem os fatos, mas dá-se em excesso com jagunços (Rumsfeld & Co); o melhor representante da espécie, digam o que disserem, continua a ser Adriano Moreira.
JORNALISTA GENTLEMAN: Luís Delgado podia arrebatar o título, não fora aquela herança lumpen dos «blue jeans» com blaser e gravata; Luís Osório seria sempre um sério candidato, pela inanidade e sectarismo sorridente, mas tem de ser mais assíduo aos treinos; o prémio vai para José Manuel Fernandes, pela compostura neo-con, apesar das lágrimas por causa do derrube da estátua de Saddam, pois um gentleman não chora.
CRONISTA GENTLEMAN: Vasco Graça Moura seria sempre um candidato a considerar, não fossem aqueles artigos sobre política no DN, em que perde regularmente as estribeiras; é certo que há Pacheco Pereira, mas um gentleman não tem de ser um homo bisonhus e deve apreciar minimamente a vida social, ainda que reservando-se o direito de avançar para ela com um pé atrás; João Carlos Espada seria a escolha óbvia, não fosse aquela muito discreta pecha do arrivismo social (mas, com treino, ainda lá vai); o vencedor é João Pereira Coutinho, pela distinção do fato e sobriedade do penteado, pese embora algum desbragamento em matéria sexual, porém corrigível, dada a fresca idade do cronista.
POETA GENTLEMAN: António Osório, of course.
ROMANCISTA GENTLEMAN: Lobo Antunes tende ao andrajoso e às xanatas (nota-se muito o impacto lamentável dos anos 60 e da antipsiquiatria); Saramago aprecia berrar pelas esquinas a propósito de tudo e de nada; o vencedor é obviamente José António Saraiva, pela discrição e elegância com que vem fazendo uma carreira nas letras.
CRÍTICO GENTLEMAN: Eduardo Prado Coelho não, pois passa-se facilmente da tramontana se alguém polemiza com ele; Pedro Mexia podia ser, mas tinha de mudar de guarda-roupa, já que tende aos «xanatos arrepiantes»; António Guerreiro não é e nem quer ser, pois prefere o modelo Benjamin, menos no consumo do haxixe; Eduardo Pitta é a escolha certa, pelo domínio do inglês, snobbery q.b., e porque os clubes londrinos sempre foram locais de franco debate de teoria (e prática…) gay & queer (coisa que Espada aparentemente ignora).
MÚSICO GENTLEMAN: O ideal seria sempre Leonard Cohen, apesar da sua antiga adesão aos ideais andrajosos de 60; mas não é português, pelo que o prémio vai para David Fonseca, por falar tão bem o inglês do Oxford & Cambridge Club.
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