23 agosto 2005

Monólogo exterior (pseudónimos, 2)

/…/ está visto que fiz figura de urso… o mesmo pseudónimo, pois: e o mesmo será o mesmo? nem volto a falar do assunto, claro, que embaraço… percebo agora a particularidade: o plagiador não põe o próprio nome no trabalho de outro, põe nome falso, que por sinal coincide com o nome falso que o escritor original escolheu… rouba-lhe o pseudónimo e o texto? rouba-lhe o pseudónimo afinal sem lhe roubar o próprio texto? como se funcionasse a título de entreposto, mero intermediário… por outro lado, recebe proventos da publicação, daí o crime, sem dúvida: remuneração a título de direito de autor não tendo autoria… clara usurpação… ou não lhe rouba o pseudónimo: pode-se ser dono dum pseudónimo? António João, ou João António, quem pode ser dono disso? Espera! em qualquer caso, há sempre um momento em que o plagiador se faz passar por autor legítimo: precisamente quando contrata com alguém a publicação renunciando a assinar com o seu próprio nome… está visto que fiz figura de urso
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