Retorno on jokes
— Groucho, meu caro, muito bom dia.
— Ah, bem disposto. É a segunda vez em dois meses! Aposto que vai a caminho duma marca inultrapassável… Tem treinado, é?
— Não faça espírito. Venho contente porque o apanhei em flagrante… Agora vai ter que me dar uma explicaçãozinha bem convincente.
— Meu caro senhor, estou ao dispor. As explicações não são o meu forte, mas farei o que puder. Não quero estragar-lhe a boa disposição.
— Então, repare nisto. Ontem, veio com uma conversa estúpida sobre anedotas, que divulgam ideias abomináveis a coberto do anonimato, e sob pretexto da graça, e não sei que mais. Lembra-se?
— Foi ontem…
— Pois, foi ontem. Aquilo alertou-me logo, mas não percebi imediatamente porquê. Havia ali um sinal de discrepância… Já de madrugada percebi o que era. Fui rever a gravação da sua prestação televisiva…
— Oh não! Outra vez…?
— Lastimo, tem que ser. E há um momento em que o meu caro Groucho diz expressamente, a respeito das anedotas de alentejanos, que não é preciso acreditar que são estúpidos como as anedotas os dizem: mais especificamente, fala até em crença poética . Depreendo mal ou isso significa que a estupidez dos alentejanos é apenas, deve ser apenas, uma crença estipulada para efeitos de construção da anedota? E que a diferença relativamente aos verdadeiros alentejanos tem também que ser percebida? E que por isso essas anedotas existem por todo o lado, os alentejanos apenas um lugar vazio, que pode ser ocupado por belgas, canadianos, franceses, irlandeses, polacos, etc?
— Depreende bem, meu caro senhor. E daí?
— E daí? Daí que as anedotas não tenham esse papel que lhes imputou ontem de disseminar falsidades e noções condenáveis… pois se não é preciso acreditar… Venha lá a explicação.
— O senhor confunde as coisas. Está bem disposto, e ainda bem, mas confuso. Ora, eu não dou explicações a espíritos confundidos. É perda de tempo. Com licença.
— Venha cá, homem, não vá embora… Groucho…
— Ah, bem disposto. É a segunda vez em dois meses! Aposto que vai a caminho duma marca inultrapassável… Tem treinado, é?
— Não faça espírito. Venho contente porque o apanhei em flagrante… Agora vai ter que me dar uma explicaçãozinha bem convincente.
— Meu caro senhor, estou ao dispor. As explicações não são o meu forte, mas farei o que puder. Não quero estragar-lhe a boa disposição.
— Então, repare nisto. Ontem, veio com uma conversa estúpida sobre anedotas, que divulgam ideias abomináveis a coberto do anonimato, e sob pretexto da graça, e não sei que mais. Lembra-se?
— Foi ontem…
— Pois, foi ontem. Aquilo alertou-me logo, mas não percebi imediatamente porquê. Havia ali um sinal de discrepância… Já de madrugada percebi o que era. Fui rever a gravação da sua prestação televisiva…
— Oh não! Outra vez…?
— Lastimo, tem que ser. E há um momento em que o meu caro Groucho diz expressamente, a respeito das anedotas de alentejanos, que não é preciso acreditar que são estúpidos como as anedotas os dizem: mais especificamente, fala até em crença poética . Depreendo mal ou isso significa que a estupidez dos alentejanos é apenas, deve ser apenas, uma crença estipulada para efeitos de construção da anedota? E que a diferença relativamente aos verdadeiros alentejanos tem também que ser percebida? E que por isso essas anedotas existem por todo o lado, os alentejanos apenas um lugar vazio, que pode ser ocupado por belgas, canadianos, franceses, irlandeses, polacos, etc?
— Depreende bem, meu caro senhor. E daí?
— E daí? Daí que as anedotas não tenham esse papel que lhes imputou ontem de disseminar falsidades e noções condenáveis… pois se não é preciso acreditar… Venha lá a explicação.
— O senhor confunde as coisas. Está bem disposto, e ainda bem, mas confuso. Ora, eu não dou explicações a espíritos confundidos. É perda de tempo. Com licença.
— Venha cá, homem, não vá embora… Groucho…
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