Droláticos e pilheriáticos
LISBOA! LISBOA! LISBOA!
Lisboa! terra azul que ama a andorinha,
e onde aportou Ulisses, diz o Mito,
a vez primeira que te vi, Rainha
das Águas,… jantara eu linguado frito!
Remordia entre os dentes um palito,
quando no iate em que eu casmurro vinha,
se agarra a mim um bicho da cozinha,
e clama, o Tejo! o Tejo!... Que bonito!
Decerto és linda, sim, ó Moira, ó Fada,
nos laranjais e as águas reclinada,
nos jardins, nos cristais, no teu Castelo!...
Mas, na mourisca e medieval Alfama,
lembras-me Vénus calcanhando lama,
— mostrando aos rouxinóis… vilão chinelo.
Gomes Leal, Mefistófeles em Lisboa (1907)
De Antologia esquecida na mesa de cabeceira, fl. 15a.
<< Home