30 julho 2005

«Dicionário de Soundbytes», por Groucho

Ecstasy: 1. Atinge-se por via do álcool, do sexo ou da religião. 2. Há uma pastilha, com esse nome, que faz com que se chegue lá num ápice. 3. Com música techno cai melhor.

Édipo: 1. Arrancou os olhos quando se apercebeu de que tinha matado o pai para dormir com a mãe. 2. Na verdade, se não fosse tão cegueta ter-se-ia apercebido de que ela tinha idade para ser sua mãe. 3. Um tipo dado a gestos patéticos e demagógicos. 4. Freud (v.), um hermeneuta sempre excessivo, fez dele uma personagem dramática muito mais importante do que alguma vez pensou poder vir a ser. 5. Exemplo a não seguir, de todo.

Eduquês: 1. Quem sabe disso é Maria Filomena Mónica (v.). 2. Helena Matos (v.) e Maria de Fátima Bonifácio também sabem alguma coisa. 3. Os professores comem disso mas não sabem. 4. Quanto ao pessoal das Ciências da Educação (v.), «Perdoai-lhes, Senhor, que não sabem o mal que fazem».

E-learning: Aprender inglês pela net.

E-mail: 1. Segundo o Dicionário da Academia, deve antes dizer-se «correio electrónico». Por exemplo: «Recebeste o meu correio electrónico, doçura?». 2. Os brasileiros chamam-lhe imeio e os espanhóis Emílio. Os portugueses chamam-lhe imeile. 4. Serve para tudo (amor, negócios, circulares, etc.), economiza em papel e selo e ainda permite que se lhe pendurem anedotas visuais sobre Bush (v.), Bin Laden (v.) ou Durão Barroso (v.) e fotos de mulheres nuas. 5. O problema vai ser depois, quando se quiser editar a «Correspondência Completa» dos escritores de hoje. Sobre este dilema filológico, consultar Ivo Castro.