«Dicionário de Soundbytes», por Groucho
Ecologia: 1. Rima sempre com verde. 2. A última utopia global do nosso tempo. 3. Aplica-se a quase tudo (agricultura e pescas, energia, construção civil, sofás, roupa, alimentação, estilo de vida, etc.) e é uma reivindicação do exacto oposto daquilo que existe, quase sempre com prejuízo para o conforto dos cidadãos. 4. Exige muita paciência. 5. «Um dia, beberemos todos água da fonte, comeremos tremoços, andaremos em carros movidos a estrume, ofereceremos prendas não embrulhadas, leremos os jornais apenas na net e faremos sexo com preservativos reciclados». 5. Já chegou às Ciências Humanas, e não apenas: Ecologia Linguística, Ecologia Psicológica, Ecologia Literária, Arquitectura Ecológica, Ecologia Antropológica, etc. Nestes usos, significa em geral cuidados a ter no manuseamento do objecto (ou então higiene e políticas antipoluentes).
Ecumenismo: 1. Não tem a ver com comunismo (v.). 2. Diz respeito a uns encontros de prelados de todas as religiões em Assis, com apresentação do Papa (v.) e transmissão em directo na TV. 3. De acordo com ele, todas as versões de Deus (v.) – a dos católicos, a dos protestantes, a dos ortodoxos, a dos judeus (v.), a dos muçulmanos (v.), etc. – mantêm relações de parentesco, ainda que por vezes a sua árvore genealógica seja problemática.
Economia: 1. Vai mal, mas já esteve pior. 2. «O Estado não apoia as empresas como devia, esse é que é o problema».
Economia política: 1. Disciplina do tempo dos dinossauros, quando os debates políticos desprezavam gráficos, percentagens, índices e personagens como Campos e Cunha ou António Borges. 2. «Sem a devida consideração pelos fundamentos e avaliações da ciência económica, a política é apenas ideologia e irrealismo». 3. Não existe, pois há uma contradição entre os dois termos. Noutra versão, mais kantiana: Não deve existir!
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