06 julho 2005

Daniel Jonas II

CRÍTICA DE MIGUEL GOMES A FUNNY GAMES DE MICHAEL HANEKE

Quando surge o primeiro cadáver
depois de Haneke
ter esticado a tensão até ao limite
somos abandonados
no vazio.
Os agressores eclipsam-se
como se tivessem sido apenas
uma trágica projecção nascida do tédio
da “upper class”.
Ficamos sobre uma televisão
coberta de sangue – onde carros
de granturismo perpetuam o absurdo
movimento circular –
ou sozinhos com as vítimas
num estarrecedor plano-sequência
imóvel
e com mais de cinco minutos.