24 julho 2005

Corporis fabrica (IV)




O Corpo em regime de arquivo: um repetidor técnico. Neste sentido, é uma forma de propriedade como o é uma peça de vestuário. É público e publicitável. Assim, eis a chamada de atenção: «Hace poco se planteó un conflicto en la NBA a propósito de los llamados 'publitatuajes': el reglamento de la NBA prohíbe llevar cualquier publicidad sobre las ropas, pero no dice nada respecto a llevar marcas sobre la piel. Pero ¿es la piel parte del uniforme? La NBA considera que sí, y quiere que se borren los publitatuajes, mientras los jugadores, enriquecidos con ellos, enarbolan sus derechos constitucionales sobre la libertad individual» [Verdú 2001]. A pele e o tecido vão perdendo o valor discreto, formando um contínuo textual, i.e., uma textura. «Michael Jordan» [a abstracção pura do jogo feita corpo físico; um corpo físico que pôde levar o jogo a ser outro jogo] prolonga—se fisicamente em «Air Jordan». A «tatuagem», outrora marca de «exclusão» [signo de um sacral ora positivo, ora negativo], re—semantiza—se como forma de «identificação»: tanto do corpo individual como da corporação colectiva. Uma forma avançada de tatuagem como «identificação» é [cf. Álvarez—Uría 1999], por exemplo, o código genético: e também ele, como bem sabemos, é um valor de mercado.
Imagem: Janine Antoni, Interlace, 1998.