30 junho 2005

Reunião de condomínio

GR —Mas acham mesmo que vale a pena votar?
OMS — Se não estamos de acordo, como é que se vai fazer?
ABB — Francamente, acho um exagero sequer pensar em despedir o homem.
FMO — Desculpe, caro colega, mas isso é má consciência. Se não se tivesse posto com piadas parvas
ABB — Que piadas parvas, carago, que piadas parvas? Não combinámos todos?
MP — Bom, combinámos, mas era para daqui a uns meses, dois, talvez três, lembro-me perfeitamente.
PS — Não me lembro de nada disso, e não faltei a nenhuma reunião.
LQ — É melhor voltar ao ponto, essas discussões não levam a nada.
OMS — O senhor diz isso porque nunca cá põe os pés, deve ter quem lhe faça o chá noutro lado…
LQ — Que insinuações são essas? Não lhe admito isso, ouviu?
MP — Calma, calma. Bom, como administrador, proponho que se escreva uma carta a pedir-lhe que volte o mais depressa possível.
GR — Especioso como ele é, vai dizer que «o mais depressa possível» é daqui a três meses.
PS — Nesse caso, despedimo-lo mesmo. Pelo menos tentámos.
OMS — Eu acho melhor votar já o despedimento.
LQ — Se quiser eu faço-lhe o chá, não precisa despedir o homem por causa disso.
OMS — É melhor não me dirigir mais a palavra ou ainda temos chatice…
FMO — Vamos lá, não é caso para se abespinharem…
ABB — Ei, essa palavra é minha!
MP — Calma, senhores, calma, isto assim acaba mesmo. Vamos para já resolver quem faz a acta, ok?