Protocolos oníricos (3)
Visitei um bordel americano. Tratava-se de um estabelecimento impecável e de grande dimensão. Mas quem entrava tinha de cumprir formalidades intermináveis: “to register”, preencher diversos inquéritos, conversar com a gestora da casa, a sua assistente e, para terminar, ainda com a directora do departamento de vendas. Quando finalmente chegou o momento da escolha deu para perceber que a administração ocupava já quase todo o edifício do prazer, a ponto de não restar mais do que um quarto pequeno e desarranjado para as raparigas.
Theodor W. Adorno, Traumprotokolle (2005)
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