O antonomásio*
Considere o seguinte texto:
Dois estrangeiros encontram-se numa esquina, algures em certa Lisboa, aquela que vai da Versailles ao Campo Grande, cada um com o seu livro. O primeiro lê para o segundo:
— Na terminologia da retórica antiga designa-se por antonomásia apenas a substituição de um nome próprio por uma perífrase ou por um apelativo. É o tropo que está em vez do nome.
O segundo lê para o primeiro:
— Nisto de acolchetar antonomásias, tanto aos reis como aos súbditos, quero e peço que haja liberdade plena. Por exemplo: o redactor da notícia da Actualidade, conhecido entre os seus parceiros por um epíteto qualquer, está sujeito a que a posteridade lho altere ou inverta. Eu, por enquanto, circunscrevo os limites da minha fantasia a chamar-lhe tolo.
Pergunta-se:
— Qual o nome próprio do autor do primeiro livro?
— Qual a mais generosa das antonomásias acolchetadas ao autor do segundo?
Dois estrangeiros encontram-se numa esquina, algures em certa Lisboa, aquela que vai da Versailles ao Campo Grande, cada um com o seu livro. O primeiro lê para o segundo:
— Na terminologia da retórica antiga designa-se por antonomásia apenas a substituição de um nome próprio por uma perífrase ou por um apelativo. É o tropo que está em vez do nome.
O segundo lê para o primeiro:
— Nisto de acolchetar antonomásias, tanto aos reis como aos súbditos, quero e peço que haja liberdade plena. Por exemplo: o redactor da notícia da Actualidade, conhecido entre os seus parceiros por um epíteto qualquer, está sujeito a que a posteridade lho altere ou inverta. Eu, por enquanto, circunscrevo os limites da minha fantasia a chamar-lhe tolo.
Pergunta-se:
— Qual o nome próprio do autor do primeiro livro?
— Qual a mais generosa das antonomásias acolchetadas ao autor do segundo?
*De Caderninhos de Retórica do Groucho, fl. 11b
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