— As últimas palavras dele foram para mim, imagine.
— Não me diga.
— É verdade.
— Triste, não?
— Triste e no entanto honroso.
— Claro, claro, uma grande distinção! E que lhe disse ele na hora do estertor, posso saber?
— Disse-me…bem, foi um pouco enigmático…disse-me…
— Sim?
— …que era de mim que ele mais gostava, desde o princípio, e que queria dar-me um conselho. O conselho, esse, é que foi algo enigmático…
— Como assim, enigmático?
— Num último sopro, segredou-me: «Para entender o tigre, volte-se para Oriente. Não se esqueça…para…Ori…ente.» E expirou, muito sereno.
— O tigre?
— Julgo perceber a alusão. Só eu, aliás, a posso perceber. Mas para Oriente, porquê para Oriente?
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