E que tal um clube de fãs?
― Um clube de fãs?
― Sim.
― Um clube de fãs de um cronista?
― Sim, Groucho.
― “Sim, Groucho”?! Mas isso é alguma evidência?
― Então não é?
― Não!
― Porquê?
― Porquê?! Porque fãs têm as estrelas da pop e os clubes de futebol, por que é que há-de ser?!
― Mas aí é que está a originalidade da ideia: um clube de fãs do cronista VPV.
― Originalidade? Diga antes: bizarria.
― Isso diz o Groucho, porque a ideia não foi sua.
― Está a chamar-me invejoso? Eu aqui a esforçar-me por que o senhor veja a ideia estapafúrdia que lhe estacionou no cérebro e, por cima, ainda me chama invejoso? Em vez disso, devia era pensar que raio de sentido faz esse clube, em que é que se fundamenta, para que é que serve, qual é o objectivo… Vai ver que desiste logo da ideia, se pensar nela a sério.
― Já pensei. Em tudo. O fundamento para a formação do clube de fãs das crónicas de VPV é a legião de admiradores desorganizados que as crónicas engrossam a cada semana que passa. Como, aliás, tinha de ser e…o que tem de ser tem muita força.
― Mas tinha de ser porquê?
― Porquê? Ora oiça lá isto e diga-me o Groucho porquê (saca de um jornal e lê):
O manifesto de Cavaco não se percebe bem. [...] Ás vezes, por exemplo, parece uma redacção. As minhas ambições para Portugal, de Ronaldo Silva, 18 anos, Alcântara, Lisboa: “Eu gosto muito de Portugal. O meu pai diz que Portugal é um país da merda. Eu gosto muito de Portugal. Eu gostava muito que os ladrões dos políticos não roubassem. Eu gostava muito que o meu pai fosse rico e a minha tia Sandra arranjasse emprego e eu ir ao Brasil. Eu gostava muito de não faltar à escola e ter boas notas e depois ganhar muito dinheiro para ir ao Brasil. Eu gosto muito de Portugal. O meu pai diz que está lixado. Eu gostava muito que não houvesse pobrezinhos. Eu gosto muito de Portugal.”
― …
― Então?
― Inscreva-me. Inscreva-me já!
― Sim.
― Um clube de fãs de um cronista?
― Sim, Groucho.
― “Sim, Groucho”?! Mas isso é alguma evidência?
― Então não é?
― Não!
― Porquê?
― Porquê?! Porque fãs têm as estrelas da pop e os clubes de futebol, por que é que há-de ser?!
― Mas aí é que está a originalidade da ideia: um clube de fãs do cronista VPV.
― Originalidade? Diga antes: bizarria.
― Isso diz o Groucho, porque a ideia não foi sua.
― Está a chamar-me invejoso? Eu aqui a esforçar-me por que o senhor veja a ideia estapafúrdia que lhe estacionou no cérebro e, por cima, ainda me chama invejoso? Em vez disso, devia era pensar que raio de sentido faz esse clube, em que é que se fundamenta, para que é que serve, qual é o objectivo… Vai ver que desiste logo da ideia, se pensar nela a sério.
― Já pensei. Em tudo. O fundamento para a formação do clube de fãs das crónicas de VPV é a legião de admiradores desorganizados que as crónicas engrossam a cada semana que passa. Como, aliás, tinha de ser e…o que tem de ser tem muita força.
― Mas tinha de ser porquê?
― Porquê? Ora oiça lá isto e diga-me o Groucho porquê (saca de um jornal e lê):
O manifesto de Cavaco não se percebe bem. [...] Ás vezes, por exemplo, parece uma redacção. As minhas ambições para Portugal, de Ronaldo Silva, 18 anos, Alcântara, Lisboa: “Eu gosto muito de Portugal. O meu pai diz que Portugal é um país da merda. Eu gosto muito de Portugal. Eu gostava muito que os ladrões dos políticos não roubassem. Eu gostava muito que o meu pai fosse rico e a minha tia Sandra arranjasse emprego e eu ir ao Brasil. Eu gostava muito de não faltar à escola e ter boas notas e depois ganhar muito dinheiro para ir ao Brasil. Eu gosto muito de Portugal. O meu pai diz que está lixado. Eu gostava muito que não houvesse pobrezinhos. Eu gosto muito de Portugal.”
― …
― Então?
― Inscreva-me. Inscreva-me já!
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