04 julho 2005

«Dicionário de Soundbytes», por Groucho

Camões, Luís de: 1. Numa estadia em Marrocos, foi atingido num olho por um estilhaço de bomba, provavelmente colocada pela Al Qaeda. 2. Não gostava nada de árabes, a quem chamava «cães». 3. Bateu vários recordes de natação de longa distância na foz do Mekong. 4. Metia-se com princesas e plebeias e chegou mesmo a ter uma escrava negra de nome Bárbara. 5. Recebia do rei uma bolsa de criação literária que estoirava num ápice. 5. Tinha mau feitio e mania da perseguição. 6. Escreveu um poema épico sobre uma viagem à Índia, em charter, com uma orgia numa ilha do Índico como bónus. 7. Leu os dez cantos d’Os Lusíadas de uma vez só a D. Sebastião, que não se queixou. 8. Candidatou-se a escrever um segundo poema épico sobre Alcácer-Quibir, mas foi batido pela concorrência (e pelos mouros). 9. Não está enterrado nos Jerónimos.

Campo: 1. O futuro do país está nele, segundo a Quercus. 2. Não há nada como uma casinha, numa aldeia recuperada, para os fins-de-semana. 3. Está às moscas – e aos incendiários. 4. Os jovens anseiam por regressar a ele.

Canibal, Adolfo Luxúria: 1. Um cantor que não consegue cantar. 2. Deve ter metido muita merda lá pra dentro. 3. Respeitável jurista, amigo pessoal de Charles Manson. 4. Gosta de morder as mãos às raparigas. 5. Tem a mania de se esfaquear na perna durante os concertos. 6. Citar o próprio: «Luxúria pelo lado da mãe, Canibal pelo do pai».

Carrilho, Manuel Maria: 1. Marido da Bárbara e pai do Dinis. 2. «Bem vistas as coisas, Santana Lopes também mostrava os filhos em vídeos promocionais». 3. Ex-filósofo, ex-ministro, candidato a autarca. 4. O programa eleitoral à Câmara de Lisboa tem mais de 38 000 ideias. 5. Um mal-amado da imprensa, à excepção da cor-de-rosa.

Casa da Música: 1. Até parece que somos um país rico. 2. Deu cabo da Rotunda da Boavista. 3. Dizer, abanando a cabeça: «O holandês pode ser um génio mas não bate bem». 4. Burmester tinha a mania que aquilo era dele, mas Rui Rio pô-lo na ordem.